By Samuel Pereira on Friday, 14 September 2012
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Qual e a distancia entre a prática de Lucas 10 e a vida de quem pretende viver uma vida dependente de Deus?

Em consonância com a prática instaurada por Jesus, descrita em Lucas 10, entre os dias 21 e 29 saímos de Kusadasi (Turquia) sem dinheiro para poder gastar, sem acomodações planeadas, apenas dependendo inteiramente na suficiência de Deus. Sem que determinássemos de uma forma planeada ou escolhêssemos um lugar onde decididamente iríamos por Deus a prova, a ilha de Ciprus, apareceu primeiramente como uma brincadeira quando olhamos pela primeira vez para o mapa da Turquia, possivelmente porque seria o lugar mais distante, mais recôndito onde conseguiríamos chegar com a providência de Deus. No entanto, esta escolha, ganhou significado quando Deus nos começou a desafiar a ir, por evidências que fomos recebendo individualmente, por sua vez a nossa fé ganhou também consistência. Com certeza que podíamos permanecer e exercer a prática de Lucas 10 na cidade de Kusadasi onde nos encontrávamos alojados sem precisarmos percorrer grandes distâncias e no final dirigirmo-nos para Istambul como era suposto, de certeza, Deus nos proporcionaria igualmente boas experiencias e oportunidades para ministrar, sem dúvida! Mas, a jornada longa e difícil envolvia determinação, suportada por fé, acreditarmos na providência de Deus quanto a muitas necessidades, carências e resoluções, inerentes a mesma.

Nos dias que antecederam a partida, pedi muitas vezes, nos meus tempos a sós com Deus, que Ele me surpreendesse, para isso, estava também disposto a confiar para além do meu suposto limite. Queria acumular ao meu currículo, histórias onde a suficiência de Deus fosse peremptória! Tudo isto me fez iniciar a jornada com muita expectativa quanto ao que Deus iria fazer. Queria ver a evidência da Sua suficiência e sabia claramente que Ele sempre corresponde a qualquer honesta expectativa, grande ou pequena. Tinha também consciência que Deus admira e espera de nós determinação, e que Ele age sempre em função disso. Então, quanto mais testássemos, quanto mais puséssemos Deus a prova mais Ele se ia mostrar. Na medida da nossa fé, dos passos que déssemos em fé, mais Ele se ia mostrar proporcionalmente também. E, efectivamente aconteceu, Deus sempre correspondeu nessa proporção. Mesmo que nunca soubéssemos ou imaginássemos como iríamos atravessar o mar ate Ciprus, dirigimo-nos sempre determinantemente para o local onde assumidamente tal iria acontecer, com uma notória naturalidade como se não houvesse nenhum problema para ser resolvido na altura da travessia marítima, ou então, com a naturalidade de que Deus iria sem duvida ultrapassar essa barreira para nos. Desde o inicio, decidimos que não precisaríamos guardar comida, sabíamos que Deus estava disposto a cuidar de nos diariamente. Toda a comida que sobrou de refeições ou que nos deram de sobra, abençoamos sempre alguém com ela, não porque não a quiséssemos guardar por alguma razão, mas, à semelhança do povo de Israel, o cuidado e a providência de Deus para connosco seria diário, ou melhor, constante! Não teria que ser assim forçosamente, mas a nossa fé compreendia que Deus queria provar-nos poder cuidar de nos diariamente. Ele queria demonstrar-nos que era obviamente capaz disso.

No que Deus me surpreendeu? Exactamente na forma incontestável como providenciou tudo o que necessitávamos. Não o fez de uma forma subtil, fê-lo sempre de uma forma clara para que não suscitasse qualquer duvida que era Ele que estava a cuidar de nós. A forma evidente como Ele nos fez cruzar com as pessoas que Ele queria no nosso percurso por alguma razão, algumas vezes, provavelmente, para nos providenciar apenas alguma necessidade. Até regressarmos de Ciprus, Deus sempre de uma forma totalmente inesperada e singular proveu todos os dias uma casa para podermos dormir e todos os dias comemos as três usuais refeições (algumas delas mesmo em restaurantes), inclusive pontualmente gelados e bebidas, mas tudo isto sem que nunca solicitássemos nada a ninguém! Pontualmente, ofereceram-nos também dinheiro que mais tarde nos foi conveniente. Viajamos 2169 quilómetros com 16 boleias e todas elas foram cruciais e exactas para os locais que efectivamente necessitávamos. Então, já na altura da travessia marítima, conhecemos alguém casualmente que sem qualquer razão aparentemente nos beneficiou um desconto nos bilhetes para o ferryboat que perfazeu o valor exacto que trazíamos guardado. Não muito tempo depois, Deus mais uma vez, voltou a mostrar o seu total controlo e domínio providenciando alguém, já dentro do acesso ao ferryboat, que pagasse as nossas taxas que não estavam incluídas no preço dos bilhetes.

Depois de ter vivido numa total e intensa dependência da suficiência de Deus suscitaram-me algumas questões que gostaria de compartilhar. A certa altura da jornada, depois de termos acabado de receber mais um inesperado e circunstancial convite para entrar na casa de uma família, estes abriram as portas da sua casa com o intuito de podermos comer e dormir, enquanto subíamos no elevador para o devido andar alguém mencionou, “imaginem o que seria vivermos toda a vida assim”. E se de facto, imaginarmos? Qual e a distancia que nos separa dessa prática? Ou, o que nos une a ela? Podemos encará-la como um exercício meramente pontual, um exercício de fé? Quais as experiencias vividas na prática de Lucas 10 que persistirão no final desta? Em que que esta experiencia diferencia de uma vida inteiramente dependente da suficiência de Deus? Nao será Lucas 10 um estilo de vida?

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